Relatório do 3º trimestre de 2025 indica crescimento de assinantes, receita e lucro do Spotify

Resultados gerais divulgados pela plataforma de streaming

O Spotify divulgou em 4 de novembro de 2025 os dados financeiros referentes ao terceiro trimestre do ano. O período registrou expansão nos principais indicadores da empresa, ultrapassando previsões de analistas de mercado para receita, base de usuários e rentabilidade. O relatório corporativo traz incrementos percentuais de dois dígitos em assinantes pagos, usuários ativos mensais, faturamento total e lucro operacional, sinalizando um ciclo de desempenho considerado robusto pela própria companhia.

Crescimento da base paga e total de usuários

O indicador que mede especificamente a quantidade de assinantes pagos subiu 12% em relação ao mesmo intervalo de 2024, totalizando 281 milhões de pessoas. Esse avanço sustenta a estratégia do serviço de streaming de concentrar esforços em planos de assinatura como principal fonte de receitas recorrentes.

Além da base pagante, o número de usuários ativos mensais — métrica que reúne tanto assinantes quanto ouvintes do plano gratuito — também cresceu. Houve uma alta de 11%, levando o total a 713 milhões de contas ativas. Esse volume amplia o alcance da empresa no ecossistema de áudio digital e reforça sua posição como uma das plataformas mais utilizadas globalmente.

Desempenho financeiro: receita e margem

A companhia registrou faturamento de 4,3 bilhões no trimestre, montante que representa crescimento de 12% em comparação com o ano anterior. Convertido em moeda brasileira, o valor chega a aproximadamente R$ 26,5 bilhões, de acordo com a cotação direta informada no relatório.

Em paralelo ao avanço da receita, o Spotify elevou sua margem bruta para 31,6%. O percentual situa-se dentro do intervalo que a própria gestão considera ideal, estabelecido entre 30% e 35%. A manutenção do indicador nessa faixa indica controle dos custos diretos associados à operação, como royalties pagos a gravadoras e selos musicais.

No recorte de rentabilidade após deduções, o lucro operacional alcançou 582 milhões, valor que se traduz em cerca de R$ 3,5 bilhões. Esse resultado é o maior já computado pela empresa para um trimestre, reforçando o impacto de iniciativas recentes de otimização de despesas e elevação de preços em determinadas regiões.

Queda na receita publicitária

Nem todos os segmentos apresentaram avanço. A receita proveniente de anúncios — originada principalmente do plano gratuito — recuou 6% ante o mesmo período do ano anterior. O dado contrasta com a tendência geral de crescimento nos demais indicadores e pode motivar vigilância de gravadoras, anunciantes e investidores se a trajetória de retração persistir nos próximos ciclos.

Ações estratégicas que contribuíram para o resultado

A empresa implementou, nos últimos meses, uma série de iniciativas que ajudam a explicar o desempenho financeiro positivo reportado. Entre as medidas de produto, destaca-se o lançamento do Lossless Audio destinado a assinantes. A funcionalidade adiciona streaming em qualidade superior sem perdas, recurso solicitado há anos por parte da comunidade de usuários que prioriza fidelidade sonora.

Paralelamente, foram anunciadas melhorias no plano gratuito, voltadas a elevar a experiência de descoberta de conteúdo e, consequentemente, favorecer a conversão para a modalidade paga. A combinação dessas ações de engajamento ampliou a atratividade da plataforma para novos públicos e potencializou a retenção de assinantes existentes.

Parcerias e integrações

No campo de alianças estratégicas, o trimestre foi marcado por cooperação com a Netflix para disponibilização de podcasts em vídeo, ampliando a oferta multimídia dentro do aplicativo. Outra parceria de destaque foi firmada com o ChatGPT, que recebeu integração para comandos de controle do aplicativo e seleção de faixas musicais por meio de linguagem natural. Ao associar a marca a soluções de inteligência artificial, o Spotify busca posicionar-se na vanguarda de usabilidade e inovação, diferenciais considerados relevantes para sustentar crescimento de longo prazo.

Lançamentos de artistas de grande repercussão

Do lado do conteúdo, o período ficou marcado pelo lançamento do álbum “The Life of a Showgirl”, de Taylor Swift. O disco estabeleceu recordes internos na plataforma: foi o mais reproduzido em um único dia no ano e também o que registrou maior volume de pré-saves em listas de favoritos. Esses marcos colaboraram para impulsionar picos de audiência e tráfego, impactando positivamente as métricas de consumo de músicas e podcasts.

Reajuste de preços e impacto na receita

Em agosto de 2025, a empresa implementou aumento de 17% na mensalidade dos planos no Brasil, replicando estratégia semelhante em vários outros mercados. Essa decisão se refletiu diretamente no incremento do ticket médio por assinante e, por extensão, no avanço de 12% da receita total observada no trimestre. O reajuste compõe a lista de ferramentas de gestão financeira citadas pela liderança corporativa para sustentar expansão de faturamento e rentabilidade.

Transição na liderança executiva

O relatório fiscal também comenta mudanças no alto escalão. O fundador e atual diretor-executivo comunicou que deixará o cargo, iniciando processo de transição para um modelo com dois co-CEOs nos próximos meses. Segundo a administração, o foco permanece na construção de um negócio preparado para desafios de longo prazo, respaldado por ajustes de preço, inovação contínua de produto, eficiência operacional e iniciativas específicas para gestão do segmento publicitário.

Visão sobre o equilíbrio entre assinatura e anúncios

A sustentação da margem bruta entre 30% e 35% depende de disciplina na negociação de royalties e no controle de despesas operacionais. Contudo, a companhia reforça que dispõe de instrumentos para fortalecer também a frente de anúncios, visando diversificar fontes de receita. Entre essas ferramentas estão soluções de segmentação, formatos interativos e avançadas plataformas de mensuração para anunciantes.

Indicadores em perspectiva

Os dados do terceiro trimestre de 2025 confirmam tendência de expansão que vinha sendo mapeada em divulgações anteriores e reforçam a relevância do streaming de áudio como negócio escalável. A elevação simultânea de base pagante, faturamento e lucro operacional sugere sinergia entre decisões de produto, precificação e parcerias estratégicas.

Ao mesmo tempo, o recuo na receita de publicidade será acompanhado por agentes do mercado, uma vez que esse fluxo de caixa complementa a remuneração proveniente de assinaturas. A dinâmica entre as duas fontes é componente crítico do modelo híbrido adotado pela plataforma.

Conclusão informativa

Com 281 milhões de assinantes, 713 milhões de usuários ativos mensais e faturamento de 4,3 bilhões no trimestre, o Spotify encerra o período com o melhor lucro operacional já registrado pela companhia. Inovações como Lossless Audio, parcerias com Netflix e ChatGPT, além do impulso gerado por lançamentos musicais de grande alcance e ajustes de preço em mercados relevantes, formam o conjunto de fatores que sustentou o desempenho de julho a setembro de 2025. O próximo ciclo fiscal deverá indicar se a queda na receita publicitária é pontual ou prenuncia nova etapa de ajustes na estratégia de monetização.