Estalos no joelho: entenda as causas fisiológicas, os sinais de alerta e quando buscar avaliação médica

Estalos no joelho: entenda as causas fisiológicas, os sinais de alerta e quando buscar avaliação médica

Quem se levanta da cadeira, dá os primeiros passos ou inicia um treino intenso pode, em algum momento, ouvir um som breve e repentino vindo do joelho. Esse ruído, popularmente chamado de estalo, ocorre também em tornozelos, cotovelos e até na coluna. Embora seja comum, compreender sua origem é essencial para diferenciar situações normais de sinais que exigem atenção.

Índice

O que caracteriza o estalo nas articulações

O estalo é definido como um barulho súbito, perceptível logo após um movimento. Ele pode se manifestar em gestos cotidianos, como caminhar, ou em atividades que demandam maior esforço, a exemplo de corridas ou séries de agachamento. Em termos médicos, há duas categorias para explicar o fenômeno: o ruído fisiológico, considerado uma resposta natural do organismo, e o ruído patológico, que costuma apontar alterações internas na articulação.

Ruído fisiológico: um processo normal do corpo

A explicação fisiológica para o som envolve o líquido sinovial, substância viscosa que preenche o interior das articulações, locais onde dois ossos se encontram e se movimentam. A função desse líquido é hidratar e lubrificar a área, reduzindo atrito e permitindo que o joelho se dobre ou estenda sem rigidez.

Durante esse movimento, formam-se pequenas bolhas de gás dentro do líquido sinovial. Quando a articulação se desloca, as bolhas estouram, produzindo o estalo audível. Esse mecanismo, descrito em publicação na plataforma científica Clinics in Orthopedic Surgery, é natural em joelhos saudáveis. Não está relacionado a dor nem a perda de função e, isoladamente, não configura doença.

Importância do alongamento e da mobilidade

A simples existência do ruído fisiológico traz à tona a relevância de práticas preventivas. Alongamentos e exercícios de mobilidade, recomendados antes de qualquer atividade física, estimulam a circulação do líquido sinovial. Ao manter a articulação bem lubrificada, essas rotinas auxiliam na execução de movimentos amplos e diminuem o risco de lesões decorrentes de rigidez ou esforço abrupto.

Ruído patológico: quando o estalo serve de alerta

Embora o estalo fisiológico não traga prejuízos, a presença de um ruído patológico merece investigação. Essa segunda categoria está associada a irregularidades na cartilagem, desgaste do joelho ou lesões em estruturas internas, como os meniscos. O problema pode surgir após torções, impactos ou processos degenerativos.

Sintomas que indicam necessidade de avaliação

O especialista em joelho Pedro Giglio descreve sinais que, se aparecerem junto ao estalo, justificam a consulta com um ortopedista. Entre eles estão:

Dor persistente: incômodo que surge durante ou depois do estalo, limitando atividades diárias.

Sensação de travamento: dificuldade de dobrar ou estender completamente o joelho, como se algo impedisse o movimento.

Dificuldade para caminhar: alteração na marcha ou necessidade de apoio adicional após o ruído.

Estalo repetitivo pós-trauma: sequência de ruídos depois de torção, contusão ou impacto direto.

Métodos de diagnóstico recomendados

Quando há suspeita de ruído patológico, exames de imagem ajudam a identificar a causa:

Ultrassonografia: avalia ligamentos em tempo real e detecta casos de derrame articular, situação em que o líquido sinovial escapa da cápsula e provoca dor.

Ressonância magnética: é o método mais indicado para visualizar estruturas internas, como meniscos e cartilagem, esclarecendo a extensão de possíveis lesões.

Crepitação: outro som emitido pelo joelho

Além do estalo, o joelho pode gerar um rangido contínuo descrito como sensação de areia ou raspagem dentro da articulação. Esse fenômeno, denominado crepitação, costuma acompanhar o ruído patológico e reforça a necessidade de avaliação clínica, já que sugere desgaste de superfícies articulares.

O hábito de estalar dedos e outras articulações

Muitas pessoas, por costume ou tédio, provocam estalos intencionalmente nos dedos das mãos ou dos pés. O ato, basicamente, estoura as mesmas bolhas de gás do líquido sinovial que se formam naturalmente no joelho. Na ausência de dor, inchaço ou travamento, não há evidências de que a prática provoque desgaste articular.

A despeito da ausência de provas de dano direto, o ortopedista Pedro Giglio não recomenda o hábito. Ele ressalta que movimentos bruscos ou executados no limite da mobilidade podem gerar estiramentos nos ligamentos, principalmente se forem feitos de forma inadequada ou sem controle.

Diferenciar ruído fisiológico e patológico antes de buscar atendimento

Reconhecer as características de cada tipo de estalo facilita a decisão sobre quando procurar ajuda. Ruídos ocasionais, sem dor ou comprometimento funcional, alinham-se ao padrão fisiológico. Já sons acompanhados de sintomas, repetitivos após trauma ou associados à crepitação apontam para alterações internas que merecem investigação detalhada.

Resumo dos pontos críticos para o leitor

O estalo no joelho divide-se em dois grandes grupos. O primeiro resulta da explosão de bolhas de gás no líquido sinovial, fenômeno natural que não causa danos em articulações saudáveis. O segundo está ligado a desgaste, lesões nos meniscos ou problemas na cartilagem e, por isso, vem acompanhado de dor, travamento ou dificuldade de andar.

Identificar sinais de alerta, compreender a importância de exames como ultrassonografia e ressonância magnética e adotar hábitos de alongamento e mobilidade são medidas essenciais para preservar a saúde articular. Qualquer dúvida sobre sintomas persistentes ou consequências de traumas deve ser esclarecida com um profissional habilitado.

As informações apresentadas têm caráter estritamente informativo e não substituem avaliação individualizada de especialistas.

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