Temporada 4 de The Witcher revela ascensão de Geralt, criação da Loja das Feiticeiras e queda brutal de Ciri

Quem, o quê, quando, onde e porquê

Lançada em 30 de outubro de 2025, a quarta temporada de The Witcher apresenta oito episódios nos quais Geralt, Yennefer e Ciri percorrem caminhos separados pelo Continente. Geralt recebe o título de cavaleiro, Yennefer funda uma resistência de magas, e Ciri enfrenta a morte de seus aliados ao cair nas mãos do mercenário Leo Bonhart. Esses acontecimentos, distribuídos ao longo de cenários marcados pela guerra contra Nilfgaard, pavimentam a trajetória dos protagonistas rumo ao reencontro projetado para a próxima fase da série.

O contexto da guerra e as rotas divergentes

A narrativa retoma o universo em meio a uma ampla campanha militar. Tropas de Nilfgaard avançam enquanto reinos do Norte tentam reagir sob severa pressão. Nesse ambiente, os personagens principais traçam estratégias distintas. Geralt opta por evitar envolvimento direto, Yennefer reorganiza o corpo remanescente de magos, e Ciri rejeita vínculos nobres para assumir identidade própria. Cada escolha ecoa as consequências do conflito maior, tornando os percursos pessoais inseparáveis do cenário bélico.

Geralt e o grupo do rio Jaruga

Geralt inicia a temporada percorrendo as margens do rio Jaruga acompanhado de Jaskier, Regis, Cahir, Milva e Zohar. O objetivo imediato é encontrar pistas sobre Vilgefortz e localizar Ciri, mantendo distância da linha de frente. A estratégia falha quando o grupo se cruza com forças nilfgaardianas e decide alinhar-se ao exército da rainha Meve. A decisão resulta em batalha aberta, selando uma virada fundamental para cada integrante.

No embate, Milva sofre um aborto espontâneo, perda que impacta emocionalmente o coletivo e reforça a gravidade das escolhas assumidas. Já Geralt, após demonstrar capacidade estratégica e bravura, é formalmente coroado cavaleiro de Rívia. O título encerra o expediente de manter a designação apenas como convenção social; a distinção agora impõe obrigações de lealdade ao reino que podem colidir com a missão pessoal de reencontrar os entes queridos.

As implicações do título de cavaleiro

O reconhecimento público altera a posição de Geralt no tabuleiro político do Continente. Ao deixar de ser apenas um bruxo errante pago por contratos de monstro, ele passa a personificar interesses institucionais de Rívia. Ainda que o feito preencha um sonho de infância, a honra chega em momento inoportuno, pois amarra o herói a demandas oficiais. Mesmo assim, ele se mantém decidido a priorizar o reencontro com Yennefer e Ciri, assumindo o risco de desagradar à rainha Meve.

Yennefer e a reestruturação dos magos

Longe de Geralt, Yennefer concentra esforços em reorganizar os magos que não pereceram ou não se aliaram a Vilgefortz. Com apoio de Fringilla, que se infiltra nas hostes do feiticeiro adversário, ela bloqueia tentativas de expansão do poder inimigo. O ponto alto dessa frente ocorre na batalha de Montecalvo, onde o lado de Yennefer sofre derrota militar, mas cumpre a meta de restaurar portais mágicos essenciais para deslocamentos pelo Continente.

A derrota militar, paradoxalmente, produz vitória estratégica: graças às manobras de Fringilla, Yennefer obtém indício concreto do paradeiro de Ciri. Nos livros, a personagem ficaria afastada das ações nesse período, mas, na série, permanece ativa, reforçando um contraste narrativo relevante.

A fundação da Loja das Feiticeiras

Com Triss, Philippa, Sabrina e Francesca, Yennefer transforma a derrota de Montecalvo em catalisador político ao instituir a Loja das Feiticeiras. O coletivo nasce simultaneamente como resistência a Vilgefortz e como força de articulação de poder futuro. O grupo combina habilidades mágicas e influência diplomática, preparando terreno para intervenções em várias frentes do conflito que permeia o Continente.

Ciri, a identidade de Falka e a adesão aos Ratos

Paralelamente, Ciri recusa o passado como herdeira de Cintra e adota o codinome Falka. Ela se integra aos Ratos, gangue de jovens fora da lei, desenvolve relação afetiva com Mistle e experimenta independência longe de figuras tutelares. O período consolida amadurecimento, mas a liberdade recém-conquistada enfrenta riscos desde o surgimento do mercenário Leo Bonhart.

O cerco de Leo Bonhart e a tragédia dos Ratos

Responsável por caçar o grupo, Bonhart demonstra domínio letal ao eliminar um a um os membros dos Ratos. A execução lenta dos companheiros de Ciri culmina na decapitação de Mistle, escolhida por último numa exibição de crueldade destinada a quebrar o espírito da protagonista. Nem o treinamento recebido em Kaer Morhen garante defesa eficaz contra o adversário, que evidencia força e experiência superiores.

Após massacrar os Ratos, Bonhart poupa Ciri. O mercenário enxerga nela um potencial sombrio e avalia que a jovem poderá render benefícios futuros. A sobrevivência, contudo, mergulha Ciri em condição de prisioneira e encerra a temporada com o personagem em sua situação mais desesperadora.

A falsa Ciri, o imperador Emhyr e o controle do segredo

A denominada falsa Ciri, apresentada anteriormente como a noviça Teryn, permanece no centro do plano político do imperador Emhyr. O governante de Nilfgaard mantém a impostora como possível consorte, desde que a fidelidade da jovem não seja abalada. Para salvaguardar o disfarce, ordena ao espião Skellen que impeça qualquer vazamento de informações.

Paralelamente, Emhyr despacha uma criatura assassina para eliminar Geralt, demonstrando que o cavaleiro de Rívia ainda representa ameaça direta aos desígnios do império. Essa ofensiva reforça a teia de perseguições que circunda os protagonistas e impede que qualquer um deles permaneça fora de perigo.

Reencontro breve e destinos suspensos

Perto do desfecho da temporada, Yennefer e Geralt têm um reencontro rápido. A conjunção de interesses pessoais — ele em busca da família improvisada, ela empenhada em salvá-la — não se sustenta diante das urgências múltiplas. Yennefer retorna a Montecalvo, sela a aliança da Loja das Feiticeiras e atravessa um portal que a lança num mar tempestuoso, encerrando sua participação no momento mais incerto desde que entrou na luta contra Vilgefortz.

Geralt, por seu lado, processa a recente nomeação de cavaleiro e conclui que responsabilidades formais pouco significam diante da prioridade de reunir-se a Yennefer e Ciri. A decisão de seguir essa prioridade contrasta com o peso simbólico da distinção conferida por Meve, evidenciando a tensão entre obrigação política e compromisso afetivo.

Repercussões políticas e preparação para novos confrontos

Com a Loja das Feiticeiras recém-criada, a estrutura de poder mágico e político do Continente inicia reconfiguração potencialmente decisiva. O grupo de Yennefer reúne talentos estratégicos diversos, enquanto Nilfgaard consolida posição com a falsa Ciri ao lado do trono. A captura de Ciri por Bonhart representa ativo de valor incalculável para qualquer facção capaz de controlá-la, ampliando a disputa por influência sobre a jovem.

No Norte, o cavaleiro Geralt precisa equilibrar deveres para com Rívia e o impulso pessoal de proteção à filha adotiva. No Sul, Emhyr recorre a agentes secretos e feras assassinas para neutralizar obstáculos. Entre esses polos antagônicos, Ciri permanece como peça central, agora sem os Ratos e marcada pela violência que testemunhou.

Ao finalizar a temporada, a produção posiciona todos os protagonistas em rotas convergentes, porém repletas de impedimentos militares, mágicos e emocionais. A tragédia pessoal de Ciri, a ascensão obrigatória de Geralt e a iniciativa política de Yennefer delineiam o cenário para as alianças e confrontos que definirão o próximo capítulo da série.