Galaxy XR ou Vision Pro M5? Análise completa dos headsets de IA da Samsung e da Apple

Na terça-feira, 21 de maio, a Samsung apresentou o Galaxy XR, um headset concebido para experiências imersivas baseadas em inteligência artificial multimodal. Vinte e quatro horas depois, a Apple revelou o Vision Pro M5, sucessor de seu primeiro computador espacial. Embora cada fabricante descreva seu produto com termos próprios, ambos se alinham na proposta de permitir que o usuário interaja com elementos tridimensionais de maneira natural, por meio da visão e da audição. A seguir, um exame detalhado dos dois dispositivos, organizado pelos principais aspectos técnicos divulgados.

Formato e conceito

Os dois modelos adotam o formato de óculos ou headset. No caso do Galaxy XR, a Samsung enfatiza a integração de IA nativa para reconhecimento de ambiente, combinando câmera e microfones a fim de entender objetos e sons ao redor. O Vision Pro M5, definido pela Apple como um computador espacial, tem o objetivo de fazer com que aplicativos e conteúdos pareçam ocupar o espaço físico do usuário. Embora a abordagem conceitual difira na nomenclatura, o propósito central é idêntico: fundir o mundo digital com o ambiente real de maneira imersiva.

Tela e resolução

Ambos utilizam painéis Micro-OLED, tecnologia que concentra alta densidade de pixels em formatos reduzidos, muito comum em câmeras eletrônicas e headsets de realidade virtual. Essa escolha resulta em imagens nítidas e vibrantes. No quesito resolução, o Galaxy XR apresenta vantagem, com 27 milhões de pixels, equivalentes a 3.840 × 3.552 por olho. O Vision Pro M5 entrega 23 milhões de pixels, ou 3.660 × 3.200 por olho. A diferença numérica sugere definição ligeiramente superior no equipamento da Samsung, ainda que ambas as soluções se enquadrem em patamares de alta fidelidade.

Taxa de atualização

A taxa de atualização indica quantas vezes por segundo a imagem se renova. O Vision Pro M5 atinge até 120 Hz, proporcionando maior suavidade ao movimento. Já o Galaxy XR opera em 90 Hz, marca considerada satisfatória, ainda que inferior à do concorrente direto. Em faixas mais baixas, os dois aparelhos também suportam frequências reduzidas, recurso útil para elevar o conforto visual em atividades menos dinâmicas.

Bateria e autonomia

No parâmetro de duração de energia, a Apple declara que o Vision Pro M5 oferece 2,5 horas de uso geral e 3 horas para reprodução de vídeo. A Samsung informa que o Galaxy XR proporciona até 2 horas em tarefas comuns e 2,5 horas em exibições de filmes. Embora a discrepância seja modesta, o modelo da Apple promete alguns minutos adicionais em ambos os cenários.

Conectividade sem fio

A conectividade sem fio diferencia consideravelmente os dois projetos. O Galaxy XR incorpora Wi-Fi 7, a geração mais recente do protocolo, que trabalha também na faixa de 6 GHz, proporcionando maior velocidade e menor latência. Acrescenta-se o Bluetooth 5.4, padrão que amplia a confiabilidade na transmissão ponto-a-multiponto e reduz consumo de energia. O Vision Pro M5 utiliza Wi-Fi 6, limitado às bandas de 2,4 GHz e 5 GHz, e recorre a versões anteriores do Bluetooth. Portanto, em termos estritamente técnicos, o dispositivo da Samsung suporta padrões mais novos de comunicação sem fio.

Câmeras e sensores

Examinando o conjunto ótico, ambos possuem seis câmeras externas. O Galaxy XR adiciona duas câmeras internas para captura de imagens rendidas no display, quatro câmeras voltadas ao rastreamento ocular e um sensor de profundidade. Tais recursos permitem monitorar o olhar do usuário, facilitando a navegação pelo sistema operacional. O Vision Pro M5, por sua vez, traz duas câmeras internas para o feed de imagem, mais quatro unidades dedicadas aos olhos, uma câmera TrueDepth para reconhecimento de profundidade e um sensor LiDAR capaz de mapear o espaço em 3D por meio de pulsos de laser. Em ambos os casos, o conjunto busca precisão no acompanhamento de movimentos de cabeça, mãos e olhos.

Processador e desempenho

No interior de cada headset reside um sistema em chip projetado para tarefas exigentes. A Samsung adota o Snapdragon XR2+ Gen 2, aliado à NPU Qualcomm Hexagon. Segundo a fabricante, a combinação favorece modelos de IA e rastreamento simultâneo dos movimentos do usuário. A Apple opta pelo chip M5, com CPU e GPU de 10 núcleos produzidas em litografia de 3 nm, trabalhando em conjunto com o coprocessador Apple R1, dedicado ao processamento de dados dos sensores. Ambos prometem alto desempenho, ajustado às demandas de realidade estendida.

Memória e armazenamento

No campo da memória RAM, há paridade: os dois produtos vêm com 16 GB. O armazenamento interno, contudo, apresenta opções distintas. O Vision Pro M5 é oferecido em 256 GB, 512 GB e 1 TB, enquanto o Galaxy XR chega ao mercado em versão única de 256 GB. Essa variedade de configurações permite que o usuário do modelo da Apple escolha capacidade conforme a necessidade de aplicativos e conteúdos.

Sistemas operacionais e ecossistema

Para comandar a experiência, a Samsung introduz o Android XR. O software mantém compatibilidade com aplicativos populares, inclusive YouTube, e amplia as funções de IA, usando o Gemini para interpretações em tempo real de contexto via câmeras. A Apple utiliza o já conhecido visionOS, que traz widgets persistentes, representação digital de pessoas em alta fidelidade (personas) e integração direta com iPhones, iPads e Macs recentes. Cada plataforma tem foco na continuidade dentro do respectivo ecossistema de serviços e dispositivos.

Preço e disponibilidade inicial

Os dois headsets estreiam fora do Brasil. O Galaxy XR chegou primeiro a Estados Unidos e Coreia do Sul com valor inicial de US$ 1.799 (aproximadamente R$ 9.700 em conversão direta). O Vision Pro M5 está disponível em dez mercados — entre eles Estados Unidos, Alemanha, China continental, França e Japão — partindo de US$ 3.500 (cerca de R$ 18.862,90 na conversão direta). Até o momento, não há previsão oficial de lançamento de nenhum dos dois no território brasileiro.

Principais pontos comparados

A observação das especificações permite resumir os destaques de cada lado: resolução superior e conectividade de última geração para o Galaxy XR; taxa de atualização mais alta, autonomia ligeiramente maior e opções ampliadas de armazenamento no Vision Pro M5. Em sensores, tela e memória RAM, o equilíbrio é notável. No entanto, os preços se posicionam em patamares diferentes, algo a ser considerado por quem avalia custo e recurso.

Com conjuntos robustos de câmeras, processadores recentes e sistemas desenhados especificamente para realidade estendida, ambos os headsets ilustram a convergência entre hardware de alto nível e inteligência artificial embarcada, direcionada a aplicações imersivas de nova geração.