Samsung apresenta Galaxy XR, headset de realidade mista com Android XR e IA integrada

Quem, o quê, quando, onde e porquê

A Samsung oficializou em 21 de outubro de 2025 o Galaxy XR, primeiro óculos de realidade mista da marca. O lançamento ocorreu simultaneamente nos Estados Unidos e na Coreia do Sul, introduzindo um dispositivo projetado para unir entretenimento, produtividade e inteligência artificial em um mesmo ambiente imersivo. O modelo chega com o objetivo de disputar a atenção de um segmento que já conta com nomes como Apple Vision Pro e soluções da Meta, oferecendo como diferencial a inauguração da plataforma Android XR e a presença de IA multimodal no centro da experiência.

Apresentação oficial e posicionamento no mercado

Ao inserir o Galaxy XR no portfólio, a Samsung cria uma nova categoria dentro de seus produtos de consumo. A empresa enfatiza a adoção de uma arquitetura aberta, tida como ponto de partida para um ecossistema capaz de receber aplicativos e serviços de diversos desenvolvedores. Essa abordagem pretende facilitar a expansão de usos do headset, que pode servir tanto para lazer quanto para trabalho colaborativo em ambientes virtuais.

No cenário competitivo, o dispositivo é posicionado ao lado de aparelhos de alta gama. O Vision Pro, da Apple, e os headsets desenvolvidos pela Meta aparecem como principais comparações diretas, todos voltados a experiências de realidade aumentada ou mista. A Samsung aposta em características de hardware robusto, software baseado em Android e integração nativa com serviços de Google e Qualcomm para conquistar espaço nesse mercado em evolução.

Parceria tecnológica e trajetória de desenvolvimento

O projeto foi construído em colaboração com Google e Qualcomm. A Qualcomm fornece o processador Snapdragon XR Plus Gen 2, centro de processamento dedicado a aplicações imersivas. O Google, por sua vez, participou do desenvolvimento de um sistema operacional concebido especialmente para essa classe de dispositivos: o Android XR. O trabalho conjunto tornou-se público em dezembro do ano anterior, quando a Samsung exibiu um pequeno teaser identificado como Project Moohan. Meses depois, um protótipo apareceu no Mobile World Congress, em Barcelona, sinalizando a proximidade da fase comercial.

De acordo com executivos do ecossistema Android, o Android XR foi construído já contemplando a chamada “era Gemini”, período em que funcionalidades baseadas em inteligência artificial assumem papel central no uso cotidiano. A intenção é oferecer um ambiente que abrigue não apenas aplicações de consumo, mas também ferramentas de produtividade e sistemas de criação de conteúdo.

Detalhes de design e ergonomia

Visualmente, o Galaxy XR exibe uma estrutura com viseira ampla que cobre toda a região frontal do rosto. Atrás, uma faixa ajustável distribui o peso de, aproximadamente, 545 g e mantém o dispositivo fixo à cabeça. A construção possui um par de painéis micro-OLED 4K, um para cada olho, permitindo a exibição de imagens de alta densidade — são 3.552 × 3.840 pixels, totalizando cerca de 27 milhões de pontos.

O headset também oferece modo de passagem de vídeo (pass-through), que ativa câmeras externas para mostrar o ambiente real sem a necessidade de remover o aparelho. Esse recurso possibilita alternar entre aplicativos virtuais e a observação direta do espaço físico, ampliando a versatilidade do uso em tarefas que exigem movimentação ou interação com objetos reais.

Configuração de hardware e desempenho

No interior da carcaça, o processador Snapdragon XR Plus Gen 2 gerencia gráficos, rastreamento espacial e aplicações de inteligência artificial. A unidade recebe o apoio de 16 GB de memória e 256 GB de armazenamento interno. A combinação foi formatada para lidar com múltiplas janelas 3D simultâneas, renderização de mídias em resolução elevada e execução de algoritmos de IA sem atrasos perceptíveis.

A taxa de atualização da tela varia entre 60 Hz e 90 Hz, passando por 72 Hz como padrão. Essa flexibilidade permite adequar desempenho e eficiência energética conforme a exigência do aplicativo. Jogos que necessitam de maior fluidez podem solicitar os 90 Hz, enquanto conteúdos estáticos ou vídeos podem manter frequências mais baixas para economizar bateria.

Recursos de rastreamento, controles e câmeras

O conjunto de seis câmeras frontais fornece dados para rastreamento de mãos, olhos e posicionamento no espaço. Sensores adicionais capturam movimentos sutis, possibilitando a interação sem controles físicos em várias situações. Ainda assim, o produto inclui dois controladores com resposta tátil, que podem ser usados para navegação em menus, seleção de objetos e jogos que exigem precisão ou feedback háptico.

Microfones embutidos captam comandos de voz e viabilizam chamadas em conferência dentro de ambientes virtuais colaborativos. Já o sistema de alto-falantes internos trabalha com áudio espacial, recurso que posiciona o som em volta do usuário de acordo com a origem da fonte na cena 3D, intensificando a sensação de presença.

Interface Android XR e ecossistema de aplicativos

O Galaxy XR roda uma versão adaptada da interface One UI, desenhada para telas flutuantes em 360 graus. O usuário pode abrir aplicativos em painéis expansíveis, posicionando janelas em qualquer ponto do campo de visão. Entre os programas otimizados já disponíveis constam YouTube, Google Fotos e Google Maps, além de experiências de streaming de filmes em 3D.

O elemento de inteligência artificial multimodal fica responsável por tarefas como sugestão de organização de janelas, transcrição de voz para texto nos ambientes de trabalho e busca de informações contextuais enquanto um conteúdo é reproduzido. A Samsung e o Google sinalizam que “mais aplicativos” chegarão à loja dedicada do Android XR, seguindo o mesmo padrão visual e aproveitando sensores de rastreamento.

Autonomia de bateria e especificações adicionais

A bateria interna oferece até duas horas de uso geral e chega a cerca de duas horas e meia durante reprodução de vídeos. Esses números posicionam o Galaxy XR em linha com o tempo de funcionamento anunciado para o principal concorrente da Apple. A empresa não detalhou o tempo exato de recarga, mas indicou que o ciclo completo deve atender a sessões típicas de trabalho ou entretenimento sem depender de fios.

Outros dados técnicos divulgados incluem compatibilidade com taxas de atualização variáveis, armazenamento fixo na versão de lançamento e conectividade sem fio padrão para sincronização com smartphones, PCs e redes domésticas. Não foram informados detalhes sobre acessórios adicionais ou opções de expansão de memória.

Disponibilidade comercial e perspectivas de chegada a outros mercados

O início das vendas ocorre em 21 de outubro de 2025 nos Estados Unidos e na Coreia do Sul. A Samsung não revelou valores oficiais nem cronograma para mercados da América Latina ou Europa continental. Por enquanto, interessados fora dos territórios iniciais precisarão aguardar anúncios posteriores, que deverão detalhar preços sugeridos, pacotes de lançamento e possíveis parcerias com operadoras ou varejistas.

Com o acesso antecipado restrito a dois países, a companhia terá um período de observação para coletar métricas de uso, obter feedback de desenvolvedores e calibrar funções de software. Esse intervalo costuma ser utilizado para refinar a experiência antes de uma distribuição global mais ampla, prática já verificada em outros lançamentos de categoria premium.

O Galaxy XR, portanto, surge como a primeira oferta da Samsung no segmento de realidade mista, entregando resolução 4K por olho, processamento especializado, sensores de rastreamento avançados e um sistema operacional dedicado. Ao inaugurar o Android XR e integrar IA multimodal desde a origem, o dispositivo estabelece uma base para a ampliação de ferramentas imersivas em futuras gerações de produtos da empresa.