Data centers no Brasil: Anatel alerta para riscos de concentração

Data centers no Brasil concentram-se majoritariamente em São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza, situação que, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), eleva o risco de falhas em cascata na infraestrutura digital do país.
O presidente do conselho diretor da autarquia, Carlos Baigorri, informou que a Anatel está em diálogo com o Ministério das Comunicações para formular políticas que incentivem a instalação de centros de dados em outras regiões, reduzindo vulnerabilidades diante de apagões ou desastres naturais.
Data centers no Brasil: Anatel alerta para riscos de concentração
Em declaração à agência Reuters, Baigorri comparou a atual configuração a “colocar todos os ovos na mesma cesta”, sublinhando que qualquer incidente nas três capitais pode comprometer serviços em todo o território nacional. A distribuição geográfica, acrescentou, é fundamental para fortalecer a soberania digital e ampliar a conectividade.
Hoje, a proximidade com cabos submarinos e a concentração de poder econômico explicam a escolha de Fortaleza, São Paulo e Rio de Janeiro como polos de hospedagem de dados. Apenas na capital cearense, 17 cabos submarinos aportam na Praia do Futuro, tornando a região estratégica para o tráfego de informações internacionais.
O debate ganhou fôlego com o lançamento do Regime Especial de Tributação para Serviços de Data Center (Redata). A medida provisória assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva reserva R$ 5,2 bilhões no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026 e prevê benefícios adicionais após a reforma tributária, estimulando investimentos especialmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Para a Anatel, a desconcentração não apenas mitiga riscos, mas cria oportunidades de desenvolvimento regional, impulsionando áreas ainda pouco contempladas pela economia digital. A autarquia defende que a nova política nacional de data centers incorpore metas claras de distribuição, sincronizadas com uma estratégia paralela para cabos submarinos.
O Ministério das Comunicações ainda não se pronunciou oficialmente sobre o plano, mas o espaço permanece aberto para manifestação.
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Imagem: Oleksiy Mark/Shutterstock
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