Campo magnético mais forte da Terra está nos EUA

Campo magnético mais forte da Terra é resultado de um experimento conduzido no Laboratório Nacional de Campo Magnético (MagLab), em Tallahassee, Flórida. O superímã norte-americano atinge 100 teslas — 1 milhão de gauss —, marcando o recorde de intensidade estável já produzida pelo ser humano.
Para comparação, o campo magnético natural do planeta varia entre 0,25 e 0,65 gauss na superfície, enquanto um ímã de geladeira chega a ser 200 vezes mais potente que essa faixa. Mesmo assim, ambos ficam muito aquém do desempenho alcançado em ambiente controlado no MagLab.
Campo magnético mais forte da Terra está nos EUA
O equipamento norte-americano é formado por quatro circuitos que trabalham simultaneamente para gerar o gigantesco campo magnético. Mantido a –198 °C em condições criogênicas rigorosas, o imã é alimentado por um gerador capaz de fornecer 1,4 gigawatt, potência equivalente à de uma pequena usina elétrica.
De acordo com o próprio MagLab, o projeto foi concebido para operar a 100 teslas sem danos estruturais — algo que poucas instituições conseguiram sem destruir seus dispositivos. Para efeito de escala, ímãs industriais que levantam carros em ferros-velhos geram cerca de 1 tesla.
Experimentos de curta duração já superaram essa marca: cientistas japoneses chegaram a 1.200 teslas em 2018 e pesquisadores russos alcançaram 2.800 teslas em 2001. Contudo, ambos os aparelhos explodiram segundos depois, evidenciando o desafio de manter campos extremos com segurança.
Segundo o físico Shojiro Takeyama, da Universidade de Tóquio, campos acima de mil teslas permitem observar o comportamento dos elétrons em condições inéditas, abrindo caminho para novos materiais eletrônicos e pesquisas em fusão nuclear. Já a equipe do MagLab destaca que o controle absoluto sobre forças tão intensas é essencial para transformar descobertas em tecnologias úteis e, sobretudo, seguras.
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Imagem: MagLab / Divulgação
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