IA multiplica deepfakes e põe privacidade em risco

IA multiplica deepfakes e põe privacidade em risco. A popularização de filtros e geradores de imagem faz com que cada foto, vídeo ou gravação de voz compartilhada na internet se torne matéria-prima para algoritmos que clonam rostos e timbres com realismo surpreendente.
Gigantes como Meta, Google e OpenAI admitem, em suas políticas de privacidade, que utilizam conteúdos enviados por usuários para treinar modelos de inteligência artificial. A repórter Nicole Nguyen revelou ao The Wall Street Journal que uma simples foto do filho fantasiado de duende bastou para disparar o alerta: quem ainda controla a própria imagem?
IA multiplica deepfakes e põe privacidade em risco
Ferramentas recém-lançadas, a exemplo do Sora (OpenAI), Vibes (Meta) e Veo (Google), já criam vídeos completos com pessoas e cenários inexistentes. No teste feito por Nguyen, bastaram poucos segundos diante da câmera para que o Sora produzisse um avatar dela discursando no Oscar e protagonizando uma fuga cinematográfica. O resultado enganou amigos e familiares — mesmo que detalhes nos dentes e nas expressões ainda denunciem a falsificação.
Deepfakes ganharam manchetes em 2023, quando a foto do Papa Francisco vestindo um casaco estiloso viralizou. Em 2024, o fenômeno evoluiu: celebridades como Michael Jackson e Taylor Swift inundam timelines em vídeos falsos, gerando entretenimento e preocupação em igual medida. A meteorologista norte-americana Bree Smith, por exemplo, teve o rosto inserido em vídeos íntimos não autorizados, o que levou o Tennessee a aprovar lei criminalizando deepfakes sexuais.
Especialistas alertam que filtros de bloqueio são facilmente contornados e que o uso indevido de imagens é “inevitável” no ritmo atual da tecnologia. Diante disso, surgem serviços pagos de monitoramento e remoção: a Vermillio cobra de US$ 10 a US$ 99 por mês, enquanto a Loti chega a US$ 2.500 para figuras públicas — valores que podem ultrapassar R$ 14 mil mensais.
Além do dano financeiro, há impactos psicológicos e reputacionais profundos. Em um ecossistema de redes sociais marcado por volume e velocidade, distinguir verdade de ficção tornou-se tarefa para especialistas forenses; o usuário comum permanece vulnerável.
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(Imagem: Tero Vesalainen/Shutterstock)
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