Ataques em Gaza antecedem negociações de paz no Egito

Ataques em Gaza continuaram durante a madrugada deste domingo (—), deixando ao menos 65 mortos e destruindo prédios residenciais, segundo o ministério da Saúde controlado pelo Hamas. Os bombardeios ocorrem na véspera de negociações indiretas entre Israel e o grupo palestino, previstas para começar na segunda-feira, no Cairo.
O encontro, mediado pelo Egito, contará ainda com a presença do enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, e do chanceler do Catar, xeque Mohammed bin Abdulrahman Al Thani. Washington e Tel Aviv pressionam pela libertação “rápida” dos reféns mantidos em Gaza.
Ataques em Gaza antecedem negociações de paz no Egito
Hamas aceitou partes de um plano norte-americano de 20 pontos que prevê cessar-fogo imediato e entrega da administração de Gaza a tecnocratas palestinos. O documento inclui a libertação de 48 reféns — apenas 20 estariam vivos — em troca da soltura de centenas de detidos palestinos. A resposta do grupo, porém, não menciona o desarmamento nem sua exclusão do futuro governo local, temas que devem ser discutidos na mesa do Cairo.
Apesar dos apelos internacionais, “não há cessar-fogo em vigor”, afirmou a porta-voz israelense Shosh Bedrosian. Ela disse que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu autorizou “fogo defensivo” sempre que houver ameaça a tropas no enclave. Netanyahu declarou esperar anunciar a libertação de reféns “nos próximos dias” e fixou prazo “de poucos dias” para as tratativas com a administração Trump.
Para o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, o bombardeio precisa cessar para viabilizar qualquer troca de prisioneiros. “Não se libertam reféns sob bombas”, disse ele ao programa Face the Nation, da CBS News. Já o presidente Donald Trump pediu publicamente que Israel “pare imediatamente” os ataques.
Outro ponto sensível é o mapa de retirada divulgado por Trump, que manteria quase 900 mil palestinos afastados de suas casas em áreas como Rafah e partes de Gaza City. Hamas rejeitou proposta semelhante nos diálogos de março e maio.
Desde 7 de outubro de 2023, quando a ofensiva começou após ataque liderado pelo Hamas que matou 1,2 mil israelenses e capturou 251 reféns, ao menos 67.139 pessoas morreram em Gaza. Jornalistas estrangeiros seguem impedidos de entrar no território de forma independente, o que dificulta a verificação de números e relatos.
Com a expectativa concentrada no Egito, a comunidade internacional observa se esta rodada poderá, enfim, abrir caminho para um cessar-fogo duradouro. Para acompanhar desdobramentos sobre conflitos e tecnologia de defesa, visite nossa editoria em Notícias e Tendências e continue informado.
Crédito da imagem: Reuters
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