MBTI enfrenta críticas por falta de respaldo científico

MBTI, sigla para Myers-Briggs Type Indicator, domina quizzes online e bios de redes sociais, mas especialistas alertam que o teste não possui respaldo científico confiável.
Entre vídeos virais no TikTok e discussões em fóruns, milhões se classificam como INFP, ENTJ ou outras das 16 personalidades propostas. Apesar do apelo popular, pesquisas acadêmicas mostram baixa confiabilidade “teste-reteste” e ausência de poder preditivo, fatores que comprometem o uso do instrumento em ambientes profissionais.
MBTI enfrenta críticas por falta de respaldo científico
Desenvolvido na década de 1940 por Katharine Cook Briggs e Isabel Briggs Myers, o questionário se baseia nas tipologias do psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, que jamais criou um teste padronizado. O resultado agrupa preferências em quatro dicotomias — extroversão/introversão, sensação/intuição, pensamento/sentimento e julgamento/percepção — originando os 16 tipos.
O formato simplificado e descrições positivas explicam a sensação de identificação, conhecida como “efeito Barnum”. Segundo a Associação Americana de Psicologia, essa característica aproxima o MBTI de práticas pseudocientíficas, já que perfis vagos parecem específicos, mas carecem de base empírica.
Empresas ainda recorrem ao teste em processos seletivos e treinamentos, alegando aprimorar comunicação interna. Contudo, pesquisadores apontam riscos: a classificação pode mudar em poucos meses, não prevê desempenho laboral e reduz a complexidade humana a rótulos binários. Modelos como o Big Five, validados estatisticamente, oferecem métricas mais consistentes sobre traços de personalidade.
Para quem busca autoconhecimento, psicólogos recomendam utilizar o MBTI apenas como passatempo. Decisões relevantes — escolha de carreira, diagnóstico clínico ou dinâmica de equipes — exigem avaliações profissionais baseadas em métodos cientificamente reconhecidos.
No contexto digital, a fascinação por rótulos lembra o horóscopo: divertido, mas não substitui evidências. Entender os limites do teste ajuda a evitar que resultados definam expectativas ou restrinjam oportunidades pessoais e profissionais.
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Crédito: Wikimedia (domínio público)
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