Plano de paz de Trump para Gaza detalha retirada israelense

Plano de paz de Trump para Gaza ganha novo capítulo após o ex-presidente dos Estados Unidos divulgar um documento com 20 medidas destinadas a encerrar a guerra no enclave. O anúncio inclui um mapa que delimita, em etapas, como as forças israelenses deixariam a região caso a proposta seja aprovada.
De acordo com a análise do serviço BBC Verify, o desenho sobreposto às imagens de satélite mais recentes mostra linhas de retirada que começam pelas áreas densamente povoadas do norte de Gaza e avançam gradualmente até o extremo sul, atualmente sob maior presença militar de Israel.
Plano de paz de Trump para Gaza detalha retirada israelense
O plano estabelece prazos específicos para cada fase, mas não revela datas públicas. Fontes ligadas à equipe de Donald Trump indicam que a implementação dependeria de cessar-fogo imediato, liberação de reféns em poder do Hamas e garantia de corredores humanitários permanentes. A BBC ainda verificou que o cronograma se baseia na realocação de tropas para pontos de observação fora das fronteiras de Gaza, com monitoramento por satélite e drones.
Especialistas ouvidos pelo BBC News avaliam que o mapa leva em conta os atuais pontos de controle israelenses e as áreas de acesso limitado a civis. Mesmo assim, alertam que a ausência de um mecanismo de fiscalização internacional pode comprometer a execução. Segundo Merlyn Thomas, repórter responsável pela investigação, a retirada só se tornará viável se houver aceitação simultânea de Israel, Autoridade Palestina e Egito.
Outra questão destacada na verificação é a condição de infraestrutura humanitária. Imagens comparativas de janeiro e julho mostram amplas zonas urbanas destruídas, o que exigiria reconstrução imediata para acolher moradores deslocados. O documento de Trump propõe um fundo multilateral, mas não especifica valores nem contribuições de países aliados.
Em nota, o governo de Israel afirmou estudar o conteúdo “com cautela”, reconhecendo que qualquer retirada deverá preservar a segurança de suas fronteiras. Já representantes do Hamas não comentaram oficialmente o mapa até o momento.
Analistas de política externa lembram que iniciativas semelhantes fracassaram por falta de consenso regional. “Sem garantias reais de desmilitarização e supervisão internacional, o plano pode ficar só no papel”, disse a pesquisadora Amira Khalil, da Universidade de Tel Aviv.
Para a ONU, qualquer proposta de paz necessita incluir proteção a civis e acesso irrestrito à ajuda humanitária. A organização reiterou que negociações devem ocorrer no âmbito das resoluções já aprovadas pelo Conselho de Segurança.
O mapa foi produzido por Waleed al-Temimi e Mesut Ersoz, com verificação cartográfica de Benedict Garman. A divulgação ocorre 58 minutos após a última atualização oficial da equipe de Trump.
No cenário atual, a iniciativa se junta a outros movimentos internacionais que buscam reduzir a escalada do conflito e abrir caminho para debates sobre o futuro político de Gaza.
Quer saber como a tecnologia pode influenciar negociações globais? Acesse nosso especial em Notícias e Tendências e acompanhe as últimas análises. Não perca as próximas atualizações!
Crédito da imagem: BBC Verify
Postagens Relacionadas