Sanções da ONU contra o Irã retornam, alertam Reino Unido

Sanções da ONU contra o Irã voltaram a valer às 0h GMT de sábado (28), após Reino Unido, França e Alemanha acionarem o mecanismo de “snapback” previsto no acordo nuclear de 2015. As três potências europeias afirmam que o retorno das restrições econômicas e militares é “último recurso” diante da “contínua escalada nuclear” e da falta de cooperação de Teerã com a Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA).
Em nota conjunta, os chanceleres Yvette Cooper (Reino Unido), Stéphane Séjourné (França) e Annalena Baerbock (Alemanha) pediram que o governo iraniano “se abstenha de ações provocativas” e volte à mesa de negociações. O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, classificou as sanções como “injustas e ilegais”, mas insistiu que o país não pretende desenvolver armas nucleares.
Sanções da ONU contra o Irã retornam, alertam Reino Unido
O “snapback” restabelece todas as resoluções suspensas em 2015, reimpondo embargos a armas, restrições financeiras e limitações tecnológicas. A decisão foi tomada após o fracasso de tentativas diplomáticas na Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, durante a semana.
Os europeus atribuem a medida ao fato de Teerã ter ampliado o enriquecimento de urânio e limitado inspeções externas. O Irã permitiu a volta de observadores da IAEA na sexta-feira, mas, segundo o E3, ainda impede acesso pleno “a instalações sensíveis” e não apresentou relatório detalhando seus estoques de urânio altamente enriquecido. A agência da ONU confirma que inspeções continuam sob risco caso as pressões se intensifiquem (IAEA).
O impasse começou em 2016, quando os Estados Unidos deixaram o Plano de Ação Conjunto (JCPOA), alegando falhas no acordo. Desde então, Teerã reiniciou atividades proibidas e, em junho, suspendeu inspeções após bombardeios atribuídos a Israel e EUA em suas bases e usinas.
Na resposta de sábado, o Irã chamou de volta seus embaixadores em Londres, Paris e Berlim para consultas. Pezeshkian recuou da ameaça de retirar o país do Tratado de Não Proliferação, mas quer garantias “contra ataques israelenses” antes de normalizar o programa.
Para os governos europeus, o retorno das sanções “não é o fim da diplomacia”; eles prometem manter canais abertos se o Irã demonstrar boa-fé. Analistas alertam que qualquer escalada pode prejudicar a segurança regional e os frágeis mercados de energia.
Em resumo, a reativação das sanções recoloca pressão sobre o programa nuclear iraniano e testa a disposição de Teerã em cooperar com a comunidade internacional. Para acompanhar desdobramentos e outras novidades em tecnologia e geopolítica, visite nosso hub de Ciência e Tecnologia.
Crédito da imagem: Maxar Technologies
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