Espionagem para China: ex-assessor de Taiwan condenado

Espionagem para China voltou ao centro do debate em Taiwan após o Tribunal Distrital de Taipei condenar um ex-assessor presidencial e outros três ex-funcionários do Partido Democrático Progressista (DPP) por vazarem segredos de Estado.
As penas variam de quatro a dez anos de prisão, com Huang Chu-jung — ex-assistente de um vereador da capital — recebendo a sentença mais severa. O grupo foi expulso do DPP em maio e acusado formalmente em junho.
Espionagem para China: ex-assessor de Taiwan condenado
De acordo com a decisão, Huang orientou o funcionário do Ministério das Relações Exteriores Ho Jen-chieh a coletar informações sensíveis do então chanceler Joseph Wu, hoje chefe do Conselho de Segurança Nacional. Utilizando software criptografado, Huang repassou relatórios diplomáticos à inteligência do Partido Comunista Chinês e, segundo a corte, lucrou quase NT$ 5 milhões (US$ 163 mil) por esse serviço.
Os magistrados também apontaram a participação de Chiu Shih-yuan, outro ex-funcionário do DPP, que obteve dados adicionais do assessor Wu Shang-yu, ligado ao atual presidente Lai Ching-te. Entre os vazamentos estavam roteiros de viagens oficiais de Lai, primeiro como vice-presidente e, posteriormente, após assumir o cargo máximo em 2024. Ho foi sentenciado a oito anos e dois meses; Chiu, a seis anos; e Wu, a quatro anos de prisão.
Em nota, o tribunal destacou que as informações transferidas “agravaram a já difícil situação diplomática” de Taiwan. Dados da Agência Nacional de Segurança mostram que 64 pessoas foram processadas por espionagem para Pequim em 2024, número superior aos 44 casos registrados entre 2013 e 2019 — um aumento que reforça a preocupação de Taipei sobre a intensificação das atividades de inteligência chinesa.
O episódio ocorre em meio a tensões crescentes no Estreito de Taiwan, onde Pequim realiza incursões aéreas e navais regulares para reiterar sua reivindicação sobre a ilha. O presidente Lai, que classifica a China como “força hostil estrangeira”, afirma que os casos de espionagem confirmam a necessidade de vigilância permanente. Já oposicionistas do Kuomintang defendem maior diálogo com Pequim e acusam o governo de usar o tema para perseguir adversários.
Segundo reportagem da BBC, condenações por espionagem têm se multiplicado à medida que Taipei reforça leis e investigações sobre possíveis infiltrados chineses.
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Crédito da imagem: Getty Images
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