Ataque cibernético a aeroportos acende alerta no Brasil

Ataque cibernético a aeroportos europeus, que interrompeu operações em Londres, Bruxelas e Berlim, evidenciou a fragilidade das infraestruturas críticas e colocou especialistas brasileiros em estado de alerta.

O incidente, ocorrido entre 19 e 23 de setembro, derrubou o sistema MUSE, usado para check-in e despacho de bagagens, gerando cancelamentos de voos, acúmulo de bagagem e prejuízos em cadeia.

Ataque cibernético a aeroportos acende alerta no Brasil

Dados da ZenoX apontam que 2025 se encaminha para o pior ano da história em ransomware, com 5.579 vítimas catalogadas até setembro. Só em fevereiro, mais de mil ataques foram registrados no mundo. As projeções da Cybersecurity Ventures indicam que os custos globais podem chegar a US$ 276 bilhões anuais até 2031.

Escalada de ataques em 2025

No Brasil, o cenário é crítico: o FortiGuard Labs detectou 314,8 bilhões de tentativas de invasão no primeiro semestre, 84% das ofensivas em toda a América Latina e Canadá. Para Ana Cerqueira, CRO da ZenoX, “os criminosos escolheram setores de alto impacto social e econômico, como o aéreo, porque sabem que não podem parar”.

Ataques miram toda a cadeia do setor aéreo

Segundo a executiva, a ofensiva não mira apenas companhias aéreas, mas também serviços de solo, logística, catering e fornecedores de software. Em fóruns clandestinos, acessos privilegiados a sistemas de companhias aéreas chegam a ser oferecidos por US$ 100 mil.

Maturidade em segurança precisa avançar

Cerqueira ressalta que a rápida digitalização no País ampliou a superfície de ataque, sem que a maturidade em cibersegurança acompanhasse esse ritmo. Ela propõe uma defesa proativa, combinando monitoramento contínuo, simulações de incidentes e treinamento contra engenharia social — hoje turbinada por inteligência artificial e deepfakes.

Segurança como pauta de Estado

Para especialistas, proteger setores como transporte, energia, saúde e finanças deve ser entendido como questão de segurança nacional. Após o ataque europeu, a National Crime Agency britânica prendeu um suspeito de 40 anos em West Sussex; as investigações seguem em andamento.

O caso europeu funciona, portanto, como alerta contundente: sem políticas robustas e cooperação entre empresas e governo, o Brasil permanece vulnerável a ataques capazes de paralisar serviços essenciais.

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Imagem: TecMundo