Protestos na Indonésia escalonam após morte de motorista

Protestos na Indonésia escalonam após morte de motorista e transformam as ruas de Jacarta, Surabaia e outras cidades em palcos de confrontos entre manifestantes e polícia, um dia depois de o entregador Affan Kurniawan, 21 anos, ser atropelado por uma viatura.

Protestos na Indonésia escalonam após morte de motorista

Segundo a BBC News, milhares de colegas do aplicativo Gojek, estudantes universitários e sindicalistas se uniram nesta sexta-feira (7) para denunciar o que consideram uso excessivo da força. Tropas de choque responderam com gás lacrimogêneo e canhões de água; em contrapartida, alguns manifestantes lançaram coquetéis Molotov, fogos de artifício e pedras.

O funeral de Kurniawan ocorreu pela manhã, acompanhado por companheiros de trabalho, pelo chefe de polícia de Jacarta, Asep Edi Suheri, e por políticos como Rieke Dyah Pitaloka e o ex-governador Anies Baswedan. Todos pediram investigação rigorosa, enquanto solicitavam aos entregadores que cessassem os atos para “preservar a estabilidade”. A polícia emitiu novo pedido de desculpas à família.

No mesmo horário, manifestantes se concentraram diante do quartel-general da Polícia Nacional para exigir a prisão dos envolvidos. O presidente Prabowo Subianto, que qualificou a ação dos agentes como “excessiva”, também pediu desculpas publicamente. Mais tarde, o governo de Jacarta informou que sete policiais da unidade de elite Satbrimob violaram o código disciplinar e serão submetidos a procedimento interno.

A revolta, porém, vai além do caso individual. Entre as principais queixas estão o custo de vida em alta, o desemprego e a aprovação de um novo auxílio-moradia de 50 milhões de rúpias (cerca de US$ 3 mil) para parlamentares — quase dez vezes o salário mínimo da capital. “Prendam os responsáveis” e “salário digno já” eram frases repetidas em cartazes e faixas exibidas em pontes de pedestres de Jacarta a Bandung.

Imagens de drones mostraram cortejos de motociclistas vestindo jaquetas verdes da Gojek acompanhando o caixão de Kurniawan, enquanto a empresa divulgou nota afirmando que “por trás de cada jaqueta há uma família” e prometeu apoio financeiro aos parentes do jovem.

Analistas consideram o episódio o primeiro grande teste do novo governo Subianto, que assumiu prometendo combater a pobreza e ampliar vagas de trabalho. Caso não ofereça respostas rápidas, o presidente poderá enfrentar novas mobilizações nas próximas semanas.

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Crédito da imagem: AFP via Getty Images

Imagem: Internet