Yuval Harari alerta: IA pode superar a humanidade

Yuval Harari alerta: IA pode superar a humanidade foi a mensagem central do historiador israelense durante entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, no domingo (24). Segundo o autor, a superinteligência artificial avança para atuar de forma independente, colocando em risco empregos, política e a própria sobrevivência humana.

Yuval Harari alerta: IA pode superar a humanidade

Em passagem por São Paulo para lançar o livro “Nexus: Uma breve história das redes de informação, da Idade da Pedra à inteligência artificial”, Harari comparou a tecnologia a uma “inteligência alienígena”. Ele argumenta que o desenvolvimento da inteligência artificial segue lógica distinta da mente humana, dificultando qualquer comparação e controle.

De acordo com o professor, a ameaça não virá de robôs armados, mas de algoritmos capazes de:

• assumir narrativas nas redes sociais, espalhando desinformação sem supervisão;
• eliminar profissões criativas, como a de escritores, em um horizonte de 10 a 15 anos;
• influir em estratégias militares, políticas econômicas e até na criação de novas ideologias.

Para Harari, a disputa corporativa por liderança em IA ocorre “sem a regulamentação adequada”. Ele defende transparência e participação pública nas decisões, hoje concentradas em “um pequeno grupo de CEOs”. Em seu diagnóstico, “numa corrida sem limites, sabemos quem vai vencer: a IA, e a humanidade vai perder”.

Projeções ainda mais imediatas são compartilhadas por pesquisadores como Eli Lifland, coautor do relatório AI 2027. Em entrevista ao mesmo programa, ele prevê superinteligência dentro de dois anos, capaz de se autoprogramar e, potencialmente, dispensar o ser humano em tarefas manuais e intelectuais. Um cenário extremo inclui o uso de drones, armas químicas ou nucleares contra a população, caso alertas sejam ignorados. Estudos semelhantes publicados na revista Nature reforçam a necessidade de regulação antes que os sistemas fiquem fora de controle.

Harari conclui que a IA já é “o novo ator político global” e pode criar moedas, religiões e estratégias próprias. Ele apela para que governos implementem regras internacionais capazes de limitar algoritmos autônomos antes que estes se tornem impossíveis de conter.

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Crédito da imagem: Getty Images

Imagem: Internet