Netanyahu reforça ofensiva em Gaza enquanto ONU alerta para crise humanitária

Netanyahu reforça ofensiva em Gaza enquanto ONU alerta para crise humanitária

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, reafirmou a intenção de «assumir o controlo» da Cidade de Gaza, sublinhando que essa é a «melhor forma» de pôr termo ao conflito com o Hamas. A posição foi detalhada numa conferência de imprensa convocada para, nas palavras do governante, «contrariar mentiras» sobre a operação em curso.

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Plano militar e justificações de Netanyahu

Segundo o líder israelita, a ofensiva deverá avançar «com relativa rapidez», centrando-se em dois supostos bastiões remanescentes do Hamas: um sector urbano da Cidade de Gaza e a zona de al-Mawasi, no centro do enclave. Netanyahu afirmou que o Exército recebeu ordens para desmantelar ambas as posições, libertar reféns e «libertar Gaza do Hamas».

Perante perguntas sobre os cerca de 20 reféns que ainda se crêem vivos, o chefe do governo admitiu que «nada fazer» não traria resultados. Acrescentou que os reféns israelitas são «os únicos a serem deliberadamente privados de comida», rejeitando que Israel esteja a provocar fome na população palestiniana.

Críticas generalizadas no Conselho de Segurança

No mesmo dia, o Conselho de Segurança das Nações Unidas reuniu-se de emergência. Reino Unido, França, Dinamarca, Grécia e Eslovénia advertiram que a anunciada operação pode «violar o direito humanitário internacional» e exigiram a sua reversão, argumentando que não ajudará a recuperar reféns e, pelo contrário, colocará as suas vidas em risco.

China e Rússia também exprimiram preocupação. Pequim classificou o plano como «punição colectiva», enquanto Moscovo alertou para uma «escalada imprudente das hostilidades». O secretário-geral adjunto da ONU, Miroslav Jenca, avisou que a execução da estratégia israelita poderá desencadear «nova calamidade» em Gaza, gerando mais deslocados, mortes e destruição.

Washington isola-se na defesa de Israel

Os Estados Unidos foram a única voz de peso a apoiar publicamente Telavive na reunião. A embaixadora norte-americana, Dorothy Shea, disse que Washington trabalha «incansavelmente» para libertar reféns e pôr fim à guerra, considerando que o debate no Conselho «minou esses esforços». Segundo a diplomata, o conflito terminaria «hoje» se o Hamas libertasse os cativos. Shea qualificou ainda de «manifestamente falsas» as acusações de genocídio contra Israel.

Protestos domésticos e crise alimentar

Em Israel, milhares de manifestantes continuam nas ruas para contestar o plano militar, receando que coloque os reféns em maior perigo. Paralelamente, organizações internacionais alertam para o agravamento da fome em Gaza. Ramesh Rajasingham, do Gabinete da ONU para Assuntos Humanitários, declarou que a crise alimentar «já não é iminente: é fome, pura e simples».

Dados das Nações Unidas indicam que 1 373 palestinianos morreram em busca de alimentos desde o final de Maio, quando a Fundação Humanitária de Gaza (GHF), apoiada por Estados Unidos e Israel, instalou pontos de distribuição. O Ministério da Saúde controlado pelo Hamas reporta 217 vítimas de subnutrição desde sábado, elevando o total de mortes no conflito para mais de 61 000 desde 2023.

Proposta de ajuda humanitária

Face às críticas, Netanyahu apresentou um plano em três etapas para aumentar a assistência: criação de corredores seguros, intensificação de lançamentos aéreos de mantimentos por forças israelitas e parceiras, e expansão dos locais de entrega geridos pela GHF. O governante alegou que o Hamas «saqueou violentamente» camiões de ajuda e que muitos disparos junto aos centros de distribuição «foram feitos pelo próprio Hamas».

Tensões com a imprensa

O primeiro-ministro acusou ainda a imprensa internacional de propagar «propaganda» do Hamas, classificando algumas imagens de crianças desnutridas como «falsas». Israel tem impedido repórteres estrangeiros de entrar livremente em Gaza, mas Netanyahu afirmou que uma diretiva permitindo o acesso dos meios de comunicação vigora «há dois dias».

Contexto do conflito

A ofensiva israelita começou após o ataque de 7 de Outubro de 2023, em que militantes do Hamas mataram cerca de 1 200 pessoas no sul de Israel e fizeram 251 reféns. As estatísticas divulgadas pelo Ministério da Saúde de Gaza eram, até então, consideradas fiáveis por agências da ONU e outras organizações internacionais.

Enquanto as operações militares prosseguem e as discussões diplomáticas se intensificam, o futuro imediato da população de Gaza e dos reféns israelitas permanece incerto, num cenário de forte pressão internacional sobre todas as partes envolvidas.

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Imagem: bbc.com

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