51 Pegasi b: planeta “impossível” que mudou a astronomia

51 Pegasi b, detectado em 6 de outubro de 1995, transformou o entendimento sobre a formação de sistemas planetários e abriu caminho para as mais de 6 mil descobertas de exoplanetas confirmadas até hoje.
O anúncio feito pelos astrônomos suíços Michel Mayor e Didier Queloz revelou um gigante gasoso parecido com Júpiter, mas em órbita extremamente próxima da estrela 51 Pegasi, a 50 anos-luz da Terra, completando uma volta em apenas quatro dias terrestres.
51 Pegasi b: planeta “impossível” que mudou a astronomia
A detecção, publicada na revista Nature, utilizou o espectrógrafo ELODIE, instalado no Observatório de Haute-Provence, na França. O instrumento media variações na luz da estrela causadas pelo efeito Doppler, técnica batizada de velocidade radial. Mesmo pequenas oscilações indicavam que a gravidade de um corpo invisível puxava a estrela, confirmando a existência do planeta.
Os primeiros sinais de uma nova era
Até então, modelos teóricos previam gigantes gasosos distantes de suas estrelas, como ocorre no Sistema Solar. Encontrar um “Júpiter quente” tão próximo de 51 Pegasi contrariou previsões e exigiu a revisão de teorias de formação planetária. O achado levou à criação da categoria dos Júpiteres quentes e impulsionou missões dedicadas, como o telescópio Kepler e o TESS, da NASA.
Redefinindo a teoria planetária
Pesquisas posteriores sugerem que 51 Pegasi b nasceu longe da estrela e migrou para a órbita atual, processo que alterou a compreensão sobre migração planetária. Em 2019, Mayor e Queloz receberam o Prêmio Nobel de Física pelo trabalho pioneiro.
Legado de três décadas
Hoje, telescópios como o James Webb examinam atmosferas de exoplanetas em busca de água, nuvens e possíveis bioassinaturas, ampliando a perspectiva de encontrar mundos habitáveis. Com o lançamento da sonda PLATO, da ESA, previsto para o próximo ano, a contagem de planetas além do Sistema Solar deve acelerar ainda mais.
Em menos de 30 anos, a descoberta de 51 Pegasi b tornou a busca por outros mundos uma das frentes mais ativas da ciência, aproximando a possibilidade de identificar um verdadeiro “gêmeo da Terra”.
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Crédito: Dima Zel/Shutterstock
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