5 jogos que retratam eventos históricos para explorar no PC e nos consoles

Palavra-chave principal: jogos que retratam eventos históricos

Entre livros, aulas e produções cinematográficas, o passado costuma chegar ao grande público por meios tradicionalmente passivos. Entretanto, jogos que retratam eventos históricos oferecem a possibilidade de vivenciar guerras, revoluções e episódios marcantes de maneira interativa, utilizando mecânicas que colocam o jogador no centro da ação. A seguir, conheça cinco títulos disponíveis para PC e consoles que reconstroem acontecimentos reais — ou inspirados em reais — e permitem ao público mergulhar em diferentes contextos militares, sociais e culturais.

Jogos que retratam eventos históricos: Hell Clock e a Guerra de Canudos

Quem busca um recorte nacional encontra em Hell Clock uma releitura singular da Guerra de Canudos, conflito travado no sertão baiano no final do século XIX e reimaginado aqui sob uma ótica de fantasia sombria. O ARPG desenvolvido no Brasil apresenta elementos roguelike e acompanha Pajéu, guerreiro que conquista a liberdade para tentar resgatar a alma de Antônio Conselheiro. O cenário mistura masmorras, criaturas sobrenaturais e ciclos de tempo que reiniciam a cada tentativa fracassada, forçando o jogador a descer sucessivas camadas de dificuldade enquanto coleta habilidades e aprimora o personagem.

No quesito “quem”, o protagonista Pajéu simboliza indivíduos que se insurgiram contra a opressão; “o quê” refere-se à busca pela redenção de Conselheiro; “quando” e “onde” remetem à ambientação na época do levante do arraial de Canudos, transposta para um mundo fictício; “como” é respondido pela jogabilidade que combina combate intenso e reinício constante; e “porquê” surge na motivação de salvar uma figura central do movimento religioso e social. Esses pontos transformam um episódio histórico brasileiro em narrativa interativa, expandindo o contato do público com um momento muitas vezes limitado aos livros escolares.

Jogos que retratam eventos históricos: Verdun revive a Primeira Guerra Mundial

Desenvolvido pelos estúdios M2H e BlackMill Games, Verdun leva o usuário à Batalha de Verdun, considerada o confronto mais longo e numeroso da Primeira Guerra Mundial na Frente Ocidental. Disponível para computador e para as duas gerações mais recentes de PlayStation e Xbox, o título adota um formato de tiro em primeira pessoa com ênfase no multiplayer online. Dois times — Potências Centrais versus Tríplice Entente — são constituídos por até 32 jogadores cada e distribuídos em esquadrões de quatro combatentes.

“Quem” corresponde aos soldados das alianças rivais; “o quê” envolve a tentativa de dominar trincheiras estrategicamente posicionadas; “onde” localiza-se na região de Verdun, palco de intensa artilharia; “quando” se situa no período da Grande Guerra; “como” se materializa no design de cenários labirínticos, armamentos historicamente fiéis e uniformes autênticos; e “porquê” revela-se na lógica de avançar ou defender posições cruciais. Por reunir até 64 participantes simultaneamente e reproduzir táticas de desgaste, Verdun oferece um retrato vívido da guerra de trincheiras, aproximando o jogador das pressões e desafios enfrentados nas frentes de combate.

Jogos que retratam eventos históricos: Attentat 1942 investiga a ocupação nazista

O point-and-click tcheco Attentat 1942 parte de um episódio específico da Segunda Guerra Mundial: o assassinato de Reinhard Heydrich, autoridade nazista responsável pelo Protetorado da Boêmia e Morávia e figura central do Holocausto. No enredo, o jogador interpreta o neto de um homem capturado pela Gestapo após o atentado. A proposta central é desvendar as razões dessa prisão por meio de diálogos e investigação narrativa.

Nesse contexto, “quem” são os familiares e testemunhas que compartilham memórias; “o quê” foca na busca pela verdade sobre a detenção; “quando” ambienta-se na década de 1940, durante a ocupação alemã; “onde” situa-se no território que hoje constitui a República Tcheca; “como” ocorre através de escolhas em conversas e análise de documentos; e “porquê” surge na tentativa de compreender os efeitos colaterais de um ato de resistência contra o regime nazista. Ao mesclar relatos, fotografias e reconstituições históricas, Attentat 1942 utiliza o formato de jogo investigativo para iluminar as tensões sociais e políticas que cercaram o atentado a Heydrich.

Jogos que retratam eventos históricos: This War of Mine e os cercos urbanos

Embora não recrie fielmente uma guerra específica, This War of Mine bebe de acontecimentos reais associados a cercos urbanos, sobretudo o cerco de Sarajevo ocorrido durante a Guerra da Bósnia entre 1992 e 1996. Diferentemente de títulos centrados em soldados, o survival coloca o jogador no comando de civis tentando sobreviver em uma cidade sitiada. Recursos escassos, necessidades de saúde, fome e moral compõem as variáveis que precisam ser gerenciadas noite após noite.

Assim, “quem” engloba cidadãos sem treinamento bélico; “o quê” consiste na luta diária para manter o grupo vivo; “onde” é uma metrópole desolada por bombardeios; “quando” corresponde a um estágio prolongado de conflito; “como” se manifesta na exploração de edifícios em ruínas à procura de suprimentos; e “porquê” evidencia o impacto da guerra sobre a população não combatente. Disponível em múltiplas plataformas, o jogo se destaca por refletir dilemas éticos que emergem quando cada decisão pode custar a vida dos personagens, fazendo o jogador sentir na pele o peso de escolhas em ambientes hostis.

Jogos que retratam eventos históricos: Assassin’s Creed Unity e a Revolução Francesa

A franquia Assassin’s Creed é conhecida por reconstruir períodos históricos, e Assassin’s Creed Unity foca a Revolução Francesa, incluindo eventos marcantes como a Queda da Bastilha. Ambientado em uma Paris de mundo aberto, o jogo de ação e aventura emprega exploração vertical, parkour, combate corpo-a-corpo e missões furtivas para conduzir o protagonista Arno Dorian por intrigas que influenciam o destino do país.

No esquema das seis perguntas essenciais, “quem” coloca Arno no centro de disputas entre facções; “o quê” envolve conspirações que repercutem na esfera política e social; “onde” situa-se nos bairros e monumentos parisienses recriados em larga escala; “quando” percorre o período revolucionário do final do século XVIII; “como” utiliza mecânicas que permitem escalar edifícios, cruzar telhados e engajar inimigos; e “porquê” refere-se à busca pessoal de justiça e ao papel do personagem nos rumos da revolta popular. Mesmo sem pretender ser um documentário, Unity oferece uma porta de entrada visual e interativa para um dos momentos mais estudados da história ocidental.

Entre abordagens sobrenaturais, simulações militares, investigações narrativas, dramas civis e aventuras em mundo aberto, esses jogos que retratam eventos históricos exemplificam como o meio eletrônico é capaz de transportar o jogador a contextos variados, preservando referências factuais ao mesmo tempo em que convida à participação ativa. Nos próximos grandes lançamentos voltados para temas do passado, a expectativa é que o equilíbrio entre precisão, imersão e liberdade continue a atrair públicos interessados em aprender enquanto jogam.