3I/ATLAS pode ser fragmento planetário pré-Solar antigo

3I/ATLAS, terceiro visitante interestelar já observado, voltou ao centro dos debates científicos após um novo estudo do Instituto SETI concluir que o objeto é natural, possivelmente um fragmento de um planeta extinto há bilhões de anos.
As conclusões confrontam a proposta do astrônomo de Harvard Avi Loeb, que cogitou tratar-se de uma sonda alienígena potencialmente hostil, baseada em supostas anomalias de órbita e massa.
3I/ATLAS pode ser fragmento planetário pré-Solar antigo
Assinado pelo pesquisador AKM Eahsanul Haque, o artigo publicado no repositório EarthArXiv detalha que a trajetória hiperbólica, a velocidade de 58 km/s e a ausência de aceleração não-gravitacional se encaixam no comportamento de um corpo rochoso e coeso, diferente dos cometas gelados comuns. Para Haque, o objeto seria um “fragmento clástico litificado”, formado em bacias sedimentares aquosas de um exoplaneta e ejetado após um impacto de alta energia.
O estudo ressalta que o plano da eclíptica — ponto usado por Loeb como indício de orientação artificial — é quase coplanar ao disco galáctico, tornando natural que detritos expulsos de outras estrelas sigam trajetórias semelhantes. Além disso, o espectro de luz do 3I/ATLAS é próximo ao de asteroides do tipo D e ao cometa 2I/Borisov, reforçando a origem convencional.
Se confirmado, o cenário coloca o objeto como potencialmente mais antigo que o próprio Sistema Solar. Estrelas no disco espesso da Via Láctea, provável local de origem, têm idade média de sete bilhões de anos, sugerindo que o fragmento carregue registros geológicos anteriores à formação planetária local.
A perspectiva entusiasma astrônomos: material sedimentar proveniente de outro mundo pode conservar biossinais, como argilas e carbonatos, indícios de água líquida e, possivelmente, de vida microbiana passada. De acordo com a NASA, encontrar tais marcadores em corpos interestelares abriria nova janela para a astrobiologia.
A agenda de observações inclui a câmera HiRISE, da Mars Reconnaissance Orbiter, que deve captar imagens em outubro de 2025, e a sonda Juno, com novo sobrevoo programado para março de 2026. Pesquisadores também pleiteiam o uso do Telescópio Espacial James Webb para espectroscopia infravermelha de alta precisão.
Mesmo descartada a hipótese de nave, o 3I/ATLAS permanece um laboratório natural raro. Seu estudo pode revelar a composição de exoplanetas sem a necessidade de missões interestelares, ampliando o entendimento sobre a diversidade geológica da Via Láctea.
Quer acompanhar mais descobertas sobre objetos celestes e avanços científicos? Visite nossa seção de Ciência e tecnologia e continue navegando por conteúdos que conectam você às tendências do universo.
Crédito da imagem: Gerald Rhemann e Michael Jäger / Spaceweather.com
Postagens Relacionadas