15 séries de super-heróis que o público quase não lembra que existiram

Durante a fase mais intensa da cultura pop baseada em quadrinhos, era difícil ligar a televisão ou acessar um serviço de streaming sem se deparar com alguma produção de super-heróis. Enquanto títulos como “Arrow” e “Daredevil” mantiveram presença constante no imaginário coletivo, diversos outros projetos ficaram pelo caminho, com exibições rápidas e pouca repercussão. A seguir, um levantamento detalhado de quinze séries que, apesar de pertencerem ao mesmo gênero, quase desapareceram da memória do público.
- Gotham Knights (The CW, 2023)
- Cloak & Dagger (Freeform, 2018-2019)
- Bionic Woman (NBC, 2007)
- The Phantom (Syfy, 2009)
- RoboCop: Prime Directives (Syfy, 2001)
- Flash Gordon (Syfy, 2007)
- Powerless (NBC, 2017)
- M.A.N.T.I.S. (Fox, 1994)
- Stan Lee’s Lucky Man (Sky One, 2016-2018)
- No Ordinary Family (ABC, 2010-2011)
- The Cape (NBC, 2011)
- Naomi (The CW, 2022)
- Krypton (Syfy, 2018-2019)
- Powers (PlayStation Network, 2015-2016)
- Human Target (Fox, 2010-2011)
Gotham Knights (The CW, 2023)
Um dos últimos lançamentos de heróis na grade da The CW, “Gotham Knights” apresentou Turner Hayes, filho adotivo de Bruce Wayne, acusado de assassinar o próprio benfeitor. A narrativa incluiu Duela, Harper e Cullen Row, mas deixou de lado a presença do Batman. Fora da continuidade oficial da editora, a série estreou em meio à reestruturação da DC, que centralizou suas propriedades em um novo estúdio. A convergência corporativa reduziu o espaço para produções isoladas e, após uma única temporada, o título foi encerrado.
Cloak & Dagger (Freeform, 2018-2019)
A dupla Tyrone Johnson e Tandy Bowen ganhou adaptação própria em Freeform, retratando a origem de seus poderes e a descoberta de que agem melhor em conjunto. Embora situada tecnicamente no Universo Cinematográfico da Marvel, a atração não impactou outras franquias do estúdio. Mesmo recebendo avaliações positivas, competiu com várias séries da mesma marca — “Daredevil”, “Jessica Jones”, “Luke Cage”, “O Justiceiro” e “Agents of S.H.I.E.L.D.” — e terminou após duas temporadas.
Bionic Woman (NBC, 2007)
Reboot da série dos anos 1970, “Bionic Woman” contou a história da garçonete Jaime Sommers, salva de um acidente por meio de aprimoramentos cibernéticos. Apenas oito episódios foram exibidos. A greve dos roteiristas daquele período prejudicou a produção, e a audiência despencou rapidamente. Sem tempo para ajustes, a emissora retirou a atração do ar, e o título passou a figurar em listas de reimaginações mal-sucedidas.
The Phantom (Syfy, 2009)
O herói criado para as tiras de jornal apareceu em um telefilme dividido em duas partes. Na história, Chris Moore descobre pertencer à linhagem Walker e assume o posto de 22.º Fantasma. Interpretado por Ryan Carnes, o personagem manteve a tradição de imortalidade da marca. A proposta serviria de porta de entrada para uma série regular, mas o projeto não avançou.
RoboCop: Prime Directives (Syfy, 2001)
Ambientada dez anos após o primeiro longa-metragem, a minissérie em quatro capítulos escalou Page Fletcher como Alex Murphy. O roteiro retomou o tom satírico do filme de 1987, porém a exibição discreta impediu maior repercussão. Mesmo com qualidade reconhecida por quem assistiu, o material permaneceu quase desconhecido do grande público.
Flash Gordon (Syfy, 2007)
Baseada na clássica tirinha, a produção acompanhou o herói vivido por Eric Johnson em viagem de Terra a Mongo, onde enfrentou Ming. Diferente da adaptação cinematográfica de 1980, a série evitou cores vibrantes e humor camp, adotando abordagem mais séria. O resultado não empolgou, ocasionando cancelamento após um ano.
Powerless (NBC, 2017)
Prevista como sátira do cotidiano em um mundo dominado por super-seres, a comédia mostrou a equipe da Wayne Security desenvolvendo produtos de proteção ao cidadão comum. Vanessa Hudgens, Danny Pudi e Alan Tudyk lideraram o elenco. Lançada em meio a críticas recentes aos filmes da DC, a série não encontrou público e teve episódios finais retirados da grade, liberados somente depois — incluindo participação póstuma de Adam West.
M.A.N.T.I.S. (Fox, 1994)
Criada por Sam Raimi e Sam Hamm, a atração trazia Carl Lumbly como o cientista Miles Hawkins, que, após ficar paraplégico, construiu exoesqueleto capaz de restaurar sua mobilidade e ampliar habilidades. O piloto diferia do formato assumido posteriormente; alterações de elenco e conceito geraram instabilidade e, em sua única temporada, a série não alcançou coesão.
Stan Lee’s Lucky Man (Sky One, 2016-2018)
Coproduzida por Stan Lee, a obra seguiu o detetive Harry Clayton, portador de pulseira mística que lhe conferia sorte, sempre acompanhada de consequências. Popular no Reino Unido, conquistou três temporadas, mas teve divulgação limitada em outros territórios, permanecendo restrita a quem acompanhava emissoras britânicas.
No Ordinary Family (ABC, 2010-2011)
Após queda de avião na floresta amazônica, os Powell desenvolveram habilidades especiais. Michael Chiklis, Julie Benz, Kay Panabaker e Jimmy Bennett formaram o núcleo familiar, enquanto nomes como Lucy Lawless e Cybill Shepherd integraram o elenco de apoio. Apesar de avaliações favoráveis, a audiência caiu constantemente, resultando em cancelamento ao fim do primeiro ciclo.
The Cape (NBC, 2011)
Vince Faraday, ex-policial incriminado pelo executivo Peter Fleming, retornou como vigilante mascarado. A rede reduziu o pedido inicial de treze para dez episódios e transferiu o desfecho para a plataforma on-line da própria emissora. A trajetória limitada impediu qualquer consolidação.
Naomi (The CW, 2022)
A personagem estreou nos quadrinhos em 2019 e, pouco depois, ganhou série conduzida por Ava DuVernay e Jill Blankenship. Naomi, interpretada por Kaci Walfall, administrava um site sobre Superman e descobriu conexões pessoais com o mundo dos superpoderes. A produção recebeu aprovação crítica de 91% em agregador especializado, mas a audiência modesta impediu uma segunda temporada.
Krypton (Syfy, 2018-2019)
Ambientada décadas antes do nascimento de Kal-El, a trama acompanhou Seg-El, avô do futuro Superman, em meio a disputas com a família Zod. Personagens conhecidos, como Adam Strange, Lobo e Brainiac, foram incorporados. Apesar do elogio ao aspecto de ficção científica, o enfoque tão anterior à figura central do mito limitou o apelo. O canal encerrou a série após o segundo ano e suspendeu o planejado spin-off de Lobo.
Powers (PlayStation Network, 2015-2016)
Transposta dos quadrinhos de Brian Michael Bendis e Michael Avon Oeming, a história combinou procedural policial com elementos super-humanos. Christian Walker, interpretado por Sharlto Copley, e Deena Pilgrim, vivida por Susan Heyward, investigavam crimes ligados a indivíduos com habilidades especiais. O serviço de vídeo da PlayStation teve alcance restrito, e a atração encerrou-se depois de duas temporadas.
Human Target (Fox, 2010-2011)
Segunda tentativa de adaptar o personagem Christopher Chance, a versão de 2010 modificou o conceito do protagonista: em vez de assumir integralmente a identidade de seus clientes, ele operava nos bastidores ou por meio de infiltrações alternativas. Estrelada por Mark Valley, a série recebeu duas temporadas, mas não avançou além desse ponto.
Essas quinze produções ilustram como o excesso de oferta, questões de bastidores e mudanças de estratégia corporativa podem levar séries de super-heróis a trajetórias curtas e discreta presença cultural, apesar de elencos conhecidos ou conceitos promissores.

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